Data de 1083 a referência mais antiga à Igreja de S. João de Almedina, que provavelmente já existia em 1064, a par da vizinha Igreja de S. Salvador mencionada em documento datado desse ano.
Supõe-se que terá sido substituída pela «ecclaesia nova» que D. Sesnando – governador de Coimbra desde a reconquista definitiva da cidade aos mouros – se propõe custear no seu testamento datado de 1087.
Entre 1128 e 1131 fizeram-se obras em S. João, por iniciativa do bispo D. Bernardo (1128-1146). Desconhece-se quais foram, podendo admitir-se que date de então o claustro parcialmente conservado e posto a descoberto no séc. XX,(MNMC 610) quando o paço episcopal foi adaptado a museu.
Na mesma ocasião, apareceram escassos mas importantes vestígios da igreja românica que sabemos ter sido sagrada entre 1192 e 1206. A sua construção deverá ter-se iniciado apenas quando a nova catedral já estava aberta ao culto, ou seja, na década de 70.
Com efeito, enquanto esta se manteve fechada, a Igreja de S. João – parte integrante do paço episcopal – acolheu os atos que normalmente ocorriam na Sé. O completo desconhecimento do programa arquitetónico e decorativo deste templo românico explica-se pela sua total destruição, em finais do séc. XVII, para edificação daquele que ainda hoje se mantém.
MNMC 10072
Do ponto de vista decorativo, restam-nos parcos elementos. A escultura distingue-se pelo relevo dado à figura humana e pelo uso de grotescos(MNMC 10072). Alguns modilhões, entre eles alguns com máscaras (E445), ou figuras obscenas (MNMC 3062, MNMC 10126).
O aparecimento de algumas placas com vestígios muito fragmentários de figuras humanas, leva-nos a crer que o portal era ricamente iconografado (MNMC10120, MNMC 10085, MNMC 10116)
MNMC 3062
MNMC 10126
MNMC 10120
MNMC 10085
A peça mais importante é no entanto, pela sua singularidade, o busto de um santo, diácono, possivelmente de S. João Evangelista (MNMC 10127), sob cuja invocação estava colocada a igreja de S. João de Almedina.
MNMC 10127
Actualizado em:
11 de Fevereiro de 2018